ANO 5 | Edição Fevereiro 2025
As decisões de hoje moldam o futuro
Pela primeira vez, cinco gerações dividem o mercado de trabalho. A entrada da geração Alpha no mundo trabalhista marca o início de uma nova dinâmica geracional. O grupo se junta às gerações Z, Millennials, X e Boomer, em um momento decisivo para o futuro.
O convívio de diferentes grupos pode ser tão enriquecedor quanto desafiador. Os vários níveis de experiência, expectativas e formas de ver e agir no mundo constroem uma pluralidade que tende a crescer cada vez mais, com o aumento da expectativa de vida e envelhecimento da população.
Até 2033, a composição do mercado de trabalho deve ser de 38% dessas novas gerações.
Esse número reflete a grande responsabilidade de quem atua hoje como seus supervisores. Vivemos em uma atmosfera de mudança, em um ponto de partida para a construção do futuro dos profissionais que ainda estão dando os primeiros passos na carreira.
Estudos apontam que 71% da geração Z confia muito ou totalmente em seus líderes. Eles não buscam autoridade, mas prezam pela transparência. Esse voto de confiança tem um preço: as consequências das decisões tomadas nesse momento vão muito além do mundo corporativo.
Diversos aspectos estão em jogo nas escolhas dos líderes de hoje. Práticas a respeito do uso de Inteligências artificiais, medidas sustentáveis e busca por equidade social são algumas pautas emergentes que as atuais lideranças devem lidar, a fim de construir o mundo que essas e as próximas gerações vão conviver. Confira o artigo da consultoria EY na íntegra!
A Geração Z não quer ser chefe
Por muito tempo, virar chefe pareceu sinônimo de avanço profissional. Afinal, assumir um cargo de liderança e comandar times com profissionais júnior, estagiários e aprendizes exige responsabilidade e significa sucesso e confiança, certo?
Não mais. Subir na hierarquia corporativa deixou de ser uma prioridade com a chegada da geração Z no mercado. Acontece que, para os jovens, liderar virou sinônimo de "alto estresse e baixa recompensa", segundo uma pesquisa realizada pelo recrutador Robert Walters.
O levantamento, que ocorreu no ano passado, constatou que metade dos funcionários entrevistados não querem ter cargos iniciais de chefia. O que, de forma alguma, significa que eles não buscam crescimento em suas carreiras.
Segundo a pesquisa, os funcionários mais jovens estão dispostos a se esforçarem e muito por salários mais altos, mais responsabilidades e crescimento profissional. Contando que esse crescimento não signifique, consequentemente, gerenciar outras pessoas. Entenda mais sobre essa tendência reportagem da Folha de S. Paulo!
Saiba conquistar a Gen Z
Eles não apenas estão mudando o mercado de trabalho, como também representam uma grande parcela do mercado consumidor. Todo mundo quer conquistar a atenção geração Z, mas essa tarefa vai muito além de usar os memes certos ou as hashtags corretas.
A primeira geração a crescer com a tecnologia busca, acima de tudo, manter a saúde mental em dia. O Negocioscoop selecionou 7 dicas para conquistar a Gen Z. Alguns deles são:
- Priorizar plataformas e pagamentos digitais: agilidade é tudo. A geração Z cresceu com a tecnologia e, por isso, valoriza compras em sites e aplicativos. Assim, os jovens preferem o virtual do que precisar se deslocar para uma loja física. Plataformas com design intuitivo e pagamentos digitais são prioridade.
- Marcar presença nas redes sociais: as redes sociais são uma parte essencial da vida dos jovens. Antes usadas apenas para compartilhar fotos e reflexões pessoais, as plataformas se tornaram grandes veículos de comunicação e verdadeiras vitrines virtuais. É por lá que a geração Z conhece marcas, busca indicações e escolhe onde e o que comprar.
- Produzir conteúdos cativantes: não basta estar nas redes sociais, é preciso saber construir uma relação com seus clientes e seguidores. E isso só é possível ao produzir conteúdos cativantes. Surfar nas trends, sem deixar de lado a originalidade, é o que leva cooperativas ao sucesso.
Cuidado com a IA
A inteligência artificial generativa pode trazer mudanças significativas para os negócios nos próximos anos. É o que 67% dos líderes corporativos acreditam. Mas, como qualquer outra tecnologia, é preciso ter cuidado para aplicar a ferramenta da melhor forma. A Forbes listou 5 erros perigosos para se atentar ao usar GenAI::
- Sem supervisão humana: apesar de poderosa, a IA generativa nem sempre é totalmente precisa. É possível ter erros pontuais e, por isso, a revisão dos conteúdos por um profissional é essencial. Se até mesmo os humanos cometem erros, quem dirá as máquinas?
- Substituir criatividade e autenticidade: outro erro comum é se tornar dependente da GenAI, deixando de lado a criatividade humana. Essa prática pode trazer consequências negativas para a autenticidade e tom de voz de uma marca. Apesar de ser mais fácil usar o ChatGPT ou ferramentas semelhantes, o conteúdo pode se tornar excessivamente genérico.
- Ignorar riscos da propriedade intelectual: muitas ferramentas de IA generativas famosas são treinadas com dados extraídos da internet - em muitos casos, protegidos por direitos autorais. Tome cuidado para não colocar sua cooperativa em risco de violar propriedades intelectuais!
- Não ter um manual de IA: para minimizar as chances de que esses erros ocorram, é importante ter um manual claro para os funcionários. As normas da cooperativa devem estabelecer como a IA pode - e não pode - ser usada. Isso, consequentemente, evita os outros problemas já citados.
- Perca o medo: apesar dos riscos, as IAs também trazem diversos benefícios. Se usada de maneira correta, as organizações podem se tornar mais confiantes, criativas e inovadoras com o uso da inteligência artificial. Com cautela, mas sem medo, 2025 pode ser um ano transformador para essa parceria entre IA e negócios.
Para lideranças: IA com responsabilidade
Pensar em um futuro com uso de inteligência artificial é animador. A tecnologia e suas diversas possibilidades deixam qualquer liderança com esperança de um cenário promissor para os negócios e para o mundo.
No entanto, os benefícios não vem sem diversos riscos e perigos, como colocado na matéria anterior. Por conta disso, aumentar a supervisão e intensificar os cuidados com uso de IA deve ser uma demanda prioritária na agenda de diretores e executivos, como aponta a consultoria Deloitte.
Mas a realidade está distante disso. Em uma pesquisa realizada em junho de 2024, 45% dos líderes não colocam o uso das IAs em suas pautas prioritárias a serem discutidas em suas organizações.
É preciso compreender a importância dessa discussão para, enfim, usar a inteligência artificial da melhor maneira possível, garantindo que a ferramenta seja uma verdadeira aliada.
O "terceiro lugar" pode ser a sua marca
Está cada vez mais claro que bem-estar e qualidade de vida são uma nova exigência dos consumidores. Por isso, a preocupação com essas demandas é uma lacuna que o mercado pode - e deve - apostar.
Dentro dessas buscas, houve um aumento pelo chamado "terceiro lugar", que seria um espaço, fora do trabalho e de casa, onde as pessoas podem interagir e construir uma comunidade.
E se o marketing souber se usar dessa procura, o futuro das marcas vai muito além de apenas em vender. A chave do crescimento pode estar em oferecer conforto e pertencimento, como explica Ulisses Zamboni em sua coluna para o MIT Sloan Management Review!
Algumas marcas grandes já estão fazendo isso internacionalmente. Entendendo as atitudes e os comportamentos de vida de quem consome uma marca, é possível enxergar o cliente para além do ato da compra.
Lições sobre cooperativismo
"Quando podemos dizer que uma cooperativa é bem-sucedida? Quando ela se transforma em um espaço onde as pessoas se sentem mais potentes e alegres", declarou Clóvis de Barros Filho, filósofo e professor, em palestra para representantes de cooperativas durante WCM 2024.
O palestrante é autor do livro "Xá-Ku-Nóis: sobre cooperação, confiança e mudança", escrito em parceria com o consultor de cooperativas Geraldo Trindade. O SomosCoop reuniu 3 reflexões valiosas dos autores sobre cooperativismo:
- Cooperação: "Quem coopera opera com mais alguém. Não cansaremos de repetir. Só faz sentido cooperar na certeza de que alguma outra pessoa também o faça".
- Confiança: "Eis a confiança, trata-se de uma certeza sem verificação. Certeza sobre as coisas do mundo, claro. Mas também sobre o comportamento das outras pessoas".
- Mudança: "Cooperação é uma atividade que requer relação entre duas ou mais pessoas, com o propósito comum de agir sobre o mundo e transformá-lo. Para tanto, somam esforços, agregam competências, articulam funções específicas e tomam decisões em respeito a essa especificidade".
Veja antes de ir:
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