Edição Outubro, Ano 4

 
 
 

10 anos de inovação,
liderança e cooperação

10 vezes WCM. O maior congresso de liderança e estratégia do cooperativismo brasileiro teve, neste mês de outubro, a sua décima edição! Mais uma vez, os palcos do Minascentro, em Belo Horizonte, entregaram muitas apresentações com inovação, tendências e inspiração para os negócios cooperativistas.

Foram duas datas repletas de conteúdos do início ao fim do dia, distribuídos em quatro palcos diferentes. O ambiente, é claro, também proporcionou oportunidades de networking entre aqueles que fazem o cooperativismo avançar. E para encerrar com chave de ouro, Carlinhos Brown deu um show inesquecível!

Tudo isso só foi possível graças à participação de todos que acompanharam o WCM’24, presencialmente ou on-line. Muito obrigado a quem fez parte dessa edição especial!

 
 
     
 
 

Liderar, empreender e inovar

O Palco Mundo trouxe uma gama de assuntos fundamentais para pensar o modelo de negócios cooperativista. João Branco, referência no mundo do marketing por sua experiência com o McDonald’s, falou sobre a importância da intencionalidade no trabalho e seu papel em trazer propósito à atividade.

Matteo Rizzi, empreendedor, investidor e autor, defendeu que a inovação radical só pode ser alcançada com profissionais rebeldes: aqueles que são difíceis de controlar e normalmente não ocupam cargos de liderança, mas que têm capacidade de construir algo novo se trabalharem juntos.

Liderança voltou a ser pauta na segunda parte das apresentações no Mundo. Michael Flynn, Diretor de Educação Executiva na Trinity Business School, abriu o dia ressaltando a necessidade de abraçar as mudanças constantes. Para ele, vivemos em um mundo VUCA (sigla em inglês para volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), e um bom líder consegue englobar competências, caráter e guiar com propósito.

Como construir comandantes capazes de lidar com a complexidade dos tempos atuais? Foi isso o que José Filipe abordou na apresentação “Preparar Lideranças Para a Sucessão”. Ele argumentou que 70% da formação de um líder tem a ver com trabalho prático. Ele defendeu que os executivos das cooperativas elaborem planos de sucessão para talentos internos.

Liderar demanda um perfil empreendedor. O que isso significa? Afonso Rocha, do Sebrae, César Saut, da Icatu-Seguros, e Xiomara Nuñez de Céspedes, que preside o Comitê de Equidade de Gênero da Aliança Cooperativa Internacional, trouxeram suas perspectivas em uma das últimas apresentações no Mundo.

Para eles, o cooperativismo é um ambiente propício para empreendimentos, pode empoderar comunidades e ajudar a construir um mundo melhor.

Nathan Schneider apresentou a conectividade como caminho para o movimento cooperativo na era digital. O professor de Estudos de Mídia na Universidade do Colorado Nathan Schneider defende que a abordagem cooperativista precisa de transformações. “É necessário virar o financiamento cooperativo de pernas para o ar”. O Palco Mundo ainda contou com o filósofo Clóvis de Barros que refletiu sobre “a vida que vale a pena ser vivida”.

 
 
     
 
 

Sustentabilidade
e competitividade

O interesse na comunidade faz parte dos princípios cooperativistas, e uma das formas de colocar isso em prática é incorporar a agenda ESG. Assunto cada vez mais em voga no mundo corporativo, a sustentabilidade pode inclusive ser uma vantagem competitiva para as cooperativas.

Foi isso o que mostrou Marco Simões Coelho, Doutor (PhD) e Mestre em Administração de Empresas e sócio-diretor da MSDpar Investimentos, no primeiro dia de apresentações no Palco Mundo. Para ele, os investimentos em sustentabilidade ainda são baixos. Direcionar mais recursos a esse campo pode impulsionar melhorias em reputação, controle de danos, boa comunicação e inovação.



O “Painel Somos Coop ESG” trouxe mais detalhes sobre a aplicação dessa pauta no cooperativismo atualmente. Participaram da conversa Ariel Guarco, Presidente da ACI (Aliança Cooperativa Internacional), Helton Freitas, Presidente da Seguros Unimed, José Alves, Presidente da ACI Américas, e Tania Zanella, Superintendente no Sistema OCB.

Segundo dados trazidos por Zanella, a aderência das cooperativas brasileiras ao ESG é de 51,7%. O aspecto social – respeito a direitos trabalhistas e apoio à diversidade, por exemplo – é o mais contemplado, enquanto o espaço ambiental é onde há mais espaço para progressão.

 
 
     
 
 

Pensando a gestão da inovação

O Cooptech Summit, palco organizado pela Coonecta no Espaço Futuro, colocou os holofotes na inovação cooperativista. Logo de início, Guilherme Souza Costa, Gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, e Fernanda Freitas, Gerente de Inovação da ABGI Brasil, indicaram caminhos para financiar e viabilizar iniciativas inovadoras.



Um painel com João Carlos Leite, Presidente do Sicoob Sarom, e Tiago Schmidt, Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira, que contou com a mediação de Alexandre Carrasco, fundador da Repensando Negócios, discutiu como a inovação pode ser transformadora. “Não existe cooperativa rica em sociedade pobre. O papel da cooperativa é gerar riqueza para seus associados e a comunidade”, disse Leite.

A inovação decorrente da intercooperação foi assunto da conversa entre Vilmar Saúgo, Diretor executivo do Sicoob Credisul, Paulo Alberto Machinski, CFO da Castrolanda, e Marcelino Bellardt, CEO da Nater Coop. Richard Oliveira e André Rezek, da Faciltech, discutiram os desafios impostos pelas novas regulamentações às cooperativas de crédito. Luís Carlos Krupp, CEO da Zixbe, falou sobre growth em cooperativas.

Wagner Martin, VP de Corporate Affairs da Veritran Brasil, e Adriano Alberto Silva, Superintendente de Negócios da Unimed Federação Minas, conversaram com Tiago Sartori, Superintendente de estratégia e inovação da Sicoob Credisul sobre um grande desafio da gestão da inovação: como separar o que é hype e o que é aplicável de verdade?

 
 
     

     
 
 

O poder das tecnologias

O Cooptech Summit também mostrou que o cooperativismo pode contar com o poder da tecnologia para fortalecer seus negócios e seus princípios. João Sadao, Gerente de Cooperativismo e Experiência do Cliente da Cocamar, Eduardo Hanauer, Gerente de Customer Experience da Unicred União, e Marcos Vernei Schuster, diretor executivo da Transpocred, mostraram como inovações tecnológicas estão aprimorando o relacionamento com os cooperados.

A tecnologia é uma aliada para a participação democrática ao abrir novas possibilidades durante as assembleias. Walmir Segatto, CEO do Sicoob Credicitrus, Frederico Peret, Diretor-presidente da Unimed BH, e Ismael Paiva dos Santos, Coordenador de Inovação da Coopersystem, compartilharam suas experiências com as assembleias digitais e híbridas.

Um evento de inovação não teria como ignorar a inteligência artificial. Marcela Pieri, Coordenadora de Novas Estratégias da Unimed BH, Nelmo Aquino, Gerente de Soluções Corporativas na Credicom, Daniel Guths, Gerente de Cognição e IA do Sicredi Confederação, e Rafael Souza, CEO da Ubots.

Outros destaques de tecnologia do Cooptech Summit foram:

● Cooperativismo 4.0: Rodrigo Junqueira, CEO e fundador da Nexum Tecnologia, Luis Fernando Moreira, Coordenador Jurídico e de Governança do Sicoob SP, Melk Seixas, Analista de Processos do Sicoob Credinor e Renato Rossi, Diretor de Vendas e Parcerias da Lecom Tecnologia, falaram sobre como a automação é central para a nova era do cooperativismo.

● Blockchain: o advogado Fernando Lucindo explicou o que é uma rede blockchain, como ela funciona e quais as possibilidades que a tecnologia abre para para o setor cooperativista.

 
 
     
 
 

Protagonismo da liderança

O HR Coop Conference, dedicado a discutir liderança e gestão de pessoas no cooperativismo, foi outro palco repleto de atrações no WCM’24. Localizado no Espaço Pessoas, o palco é organizado pela Coonecta.

As lideranças femininas brilharam no primeiro dia de HR Coop. Carolina Torres, Presidente da Favoo, e Roberta Caldas, Presidente da Transpocred, com mediação de Maíra Santiago, da Cooperativa Coletiva, abordaram os desafios enfrentados pelas mulheres no cooperativismo.

Síndrome de impostora, necessidade de apoio masculino para ascensão profissional e sensação de incapacidade são algumas das dificuldades em um mundo que ainda é mais amigável aos homens. Mesmo assim, elas conseguem chegar ao topo de organizações.

Liderar exige construir boas relações com colaboradores. Paulo Vinícius Souza, CEO da Team Building Brasil, abriu o segundo dia de apresentações com detalhes sobre como criar esse laço de maneira efetiva. Para ele, há três pilares:

1. Conversar
2. Conviver
3. Construir

As transformações no mercado de trabalho também entraram na pauta. Deise Bianca Fiorelli, Especialista de Negócios Corporativos do Cooprev, contou estratégias para atrair e manter a população acima de 65 anos no corpo de colaboradores. Oferecer bem-estar financeiro, através de previdência privada, previdência corporativa ou outros benefícios, é um caminho para superar desafios e agregar diversidade e produtividade às cooperativas.

Mirlannie Henrique, instrutora e palestrante, e Helena Bruziguessi, Coordenadora de Gestão de Pessoas da Sicoob Central Crediminas, trataram sobre a necessidade de equilíbrio no ambiente corporativo. O incentivo à equidade, em aspectos como gênero e faixa etária, pode proporcionar uma formação de líderes mais diversa e efetiva.

 
 
     
 
 

A cultura do cooperativismo

Importante para líderes, cooperados e colaboradores levarem adiante os ideais do modelo, a cultura cooperativista esteve em evidência no HR Coop. Thaís Duarte, palestrante em desenvolvimento de lideranças, apontou que comunicação transparente, liderança exemplar e reconhecimento e recompensa são formas efetivas de instaurar uma cultura.



A atração de talentos ao cooperativismo também está relacionada à cultura. Samara Araújo, Gerente de Comunicação da OCB, e João Casseb, Presidente da Coopersystem, subiram ao palco do HR Coop para contar como atrair esses talentos. Mostrar detalhes das vagas, o papel dos candidatos na comunidade e possibilidades de crescimento profissional são maneiras efetivas de fisgar um potencial colaborador.

A cultura do trabalho tem passado por transformações diante da revolução digital. Carolina Schmitt Nunes, consultora em educação no DOT Digital Group, Guilherme Souza Costa, Gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Sérgio Itamar, professor da Unicuritiba, e Neto Paim, Diretor de Inovação e Tecnologia da Gi Group Holding Brasil, entraram em detalhes sobre o tema ao longo do primeiro dia.

Para Itamar, a inteligência artificial chega como uma forma de ajudar as cooperativas a lidarem com a alta quantidade de informações necessárias para gerenciar recursos humanos. Paim comparou a importância da IA à da internet nos anos 2000 e foi enfático: quem não se adaptar à nova tecnologia terá dificuldade para se encontrar no mercado de trabalho.

Ainda nessa linha, Matteo Rizzi, cofundador do FTSGroup.eu argumentou que a universidade não supre todas as demandas de um mundo conectado, e o desenvolvimento profissional deve ocorrer na prática.

Todavia, a educação ainda possui papel fundamental na construção de uma cultura cooperativista, na avaliação de Fágner Capobiango, Diretor Administrativo da Coopertran LTDA. Para ele e Márcia Mello, Consultora de Gestão de Pessoas do Sicredi Confederação, praticar a essência do modelo e ter o bem da comunidade como missão são aspectos fundamentais no estabelecimento dessa cultura.

 
     
 
 

Disseminando conhecimento

No Espaço Saber, o Palco 360 fez uma série de apresentações híbridas para compartilhar as experiências para o público na plataforma do WCM. Com uma atmosfera vibrante, o Espaço Saber também contou com uma livraria focada em liderança e cooperativismo.



Durante os dois dias de evento, o Palco 360 trouxe temas indispensáveis, como propósito de negócios, cultura intraempreendedora, conexão intergeracional, desenvolvimento das economias locais e construção de equipes de alta performance.

 
 
 
     
 

 
 

Leia antes de ir:

● Dia Internacional das Cooperativas de Crédito: em 17 de outubro foi celebrada a data comemorativa. O Sistema OCB aproveitou para divulgar um estudo sobre os expressivos impactos sociais e econômicos do setor, como aumento no PIB, geração de empregos e redução da pobreza.

● O campo está se modernizando. Cooperativas agropecuárias têm identificado o desenvolvimento de aplicativos como uma forma de facilitar a comunicação e o trabalho de seus cooperados. Confira cinco casos neste artigo da Coonecta!

● O cooperativismo de plataforma está conquistando seu espaço ao redor do mundo. Em um mercado dominado por big techs e marcado pela precarização do trabalho, o modelo surge como uma alternativa democratizadora. O InovaCoop traz 6 exemplos de cooperativas de plataforma que você precisa conhecer.

 
 
     
 

Esta newsletter é produzida pela Wex com a curadoria de conteúdos da Coonecta,
uma empresa especialista em conteúdos para o cooperativismo.

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