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Edição Setembro, Ano 4 |
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Trabalho Híbrido: Questão De Produtividade Ou Bem-estar?
O trabalho híbrido se tornou tendência mundial após a pandemia, e a América Latina tem aderido a esse modelo. Em pesquisa da JLL realizada em 2023, 71% das empresas consultadas na região declararam adotar o sistema híbrido, crescimento significativo em relação aos 26% do período pré-Covid. O movimento, no entanto, não é unânime e deixará de contar com uma das maiores empresas do planeta.
A Amazon anunciou aos seus funcionários que o modelo 100% presencial voltará a ser implementado a partir de janeiro de 2025. Atualmente, a jornada dos que não realizam trabalhos operacionais é composta por três dias no escritório por semana, e dois dias livres para trabalho remoto.
A ordem foi comunicada pelo CEO da companhia, Andy Jassy. Segundo o executivo, a decisão de retomar
o modelo integralmente presencial deixaria os funcionários "melhor preparados para inventar, colaborar e estar conectados”. Ele ainda alega que a Amazon não deve perder a intensidade de uma startup, mesmo que atualmente esteja entre as maiores empresas do planeta.
A adoção do sistema engloba outros aspectos além de produtividade e criação de um ambiente corporativo. De acordo com dados divulgados em 2023 pelo IWG – líder global em escritórios flexíveis e coworking – em parceria com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido,
66% dos trabalhadores que praticam o modelo híbrido alegam melhora na saúde mental. Em média, essas pessoas também passaram a se exercitar 90 minutos a mais por semana, e tiveram 71 horas de sono extras por ano.
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ALERTA AMARELO
Saúde mental é tópico que sempre vale ser monitorado, e o tema recebe foco especial no Brasil neste mês. A campanha Setembro Amarelo, que tem como objetivo atuar na prevenção de suicídios, chega à sua 10ª edição em 2024.
Tratar da saúde mental tem sido um desafio para o trabalhador brasileiro, como mostra a
Pesquisa Inteligência Emocional & Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life em parceria com a Robert Half.
Mais de 30% dos profissionais entrevistados foram diagnosticados com estresse, ansiedade ou burnout. O número é maior entre liderados - 34,82% - do que entre líderes - 28,78%.
Mais da metade dos empregados (50,30%) considera que a cobrança por produtividade lhes impacta negativamente. E 47,82% dos líderes acreditam não possuir as ferramentas necessárias para apoiar o bem-estar psicológico de sua equipe.
A pesquisa também aponta que 33,25% das empresas não adotam práticas que contribuem para o equilíbrio entre vida profissional e profissional. Dentre as que adotam, as soluções mais comuns são jornadas flexíveis (40,78%) e home office ou trabalho híbrido (37,86%).
As lideranças possuem papel fundamental para estabelecer melhores condições de saúde mental. Em
entrevista ao portal Brasil de Fato, o neuropsicólogo Ocimar Olivetti ressalta a importância de um ambiente preparado para acolher os funcionários:
“O líder pode contribuir tanto para azedar quanto para trazer um sabor agradável para a organização. [...] Temos estratégias de lideranças positivas, engajadoras, e é impossível você ter todo esse arsenal de técnicas e ferramentas de forma nata”, afirma.
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A PRIORIDADE DO TRABALHADOR É SEU BEM-ESTAR
Em meio ao cenário onde parte significativa dos profissionais sofre com problemas de saúde mental, aliar o trabalho a bem-estar torna-se uma prioridade, por vezes, maior até que o crescimento profissional. É o que mostra uma
pesquisa realizada pela Monster, plataforma norte-americana de contratação.
De acordo com o levantamento, 79% dos profissionais priorizam atuar em uma empresa que lhes proporcione bem-estar em relação a uma promoção de cargo (43%) e a um aumento salarial (36%). Além disso, 62% dos trabalhadores preferem um bom ambiente profissional a possuírem um cargo de destaque o bastante para “se exibir”.
Ainda na mesma pesquisa, 67% dos entrevistados acreditam trabalhar em um ambiente tóxico. E 24% se dizem dispostos a reduzir seu salário para evitar uma organização que afete negativamente seu bem-estar psicológico.
Os números ilustram como a saúde mental se tornou uma prioridade a nível mundial. Segundo dados da Ipsos divulgados em 2023,
52% dos brasileiros se preocupam com o tema, crescimento de 34 pontos percentuais em quatro anos. Dessa forma, incorporar ao dia a dia de uma organização medidas práticas de proteção ao bem-estar de seus colaboradores torna-se um esforço que gera benefício mútuo.
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MULHERES CEO E AS DIFICULDADES DA LIDERANÇA FEMININA NO BRASIL
A participação feminina na alta liderança ainda é um desafio no Brasil. Apesar das mulheres representarem 43% do quadro de funcionários,
apenas 38% dos cargos de liderança eram ocupados por profissionais femininas em 2023. Os dados da
FIA Business School mostram que ainda há muito a se conquistar quando o assunto são mulheres no poder.
Frente a
questões como desigualdade salarial, duplas jornadas e estereótipos de gênero, torna-se compreensível esse desamparo das mulheres em cargos de liderança. Apesar das adversidades, a liderança feminina existe e está presente em diversas organizações e cooperativas.
O cooperativismo apoia diversos projetos que incentivam a participação e desenvolvimento feminino, como a iniciativa “Mulheres Organizadas em Busca da Igualdade”, da Coopfam, e a “Semeando Futuros”, do Sistema OCB em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O tema também será destaque de painel a ser realizado no
HR Coop Conference, durante o WCM'24. Formado por
Maíra Santiago, presidente da Cooperativa Coletiva,
Carolina Torres, presidente da Favoo Coop, e
Roberta Caldas, presidente da Transpocred, o painel vai discutir:
● As estratégias para aumentar a participação feminina no movimento cooperativista
● A diversidade de gênero como impulsionadora da inovação
● Os desafios, oportunidades e impacto dessa liderança nos negócios
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LEGISLAÇÃO E COOPERATIVISMO
Mês agitado para as cooperativas no Legislativo! A Câmara dos Deputados
aprovou o projeto de lei que regulamenta o funcionamento
de cooperativas de seguro e de grupos de proteção patrimonial mutualista. A proteção patrimonial mutualista é um método que garante os patrimônios de um grupo de pessoas contra riscos predeterminados, com custos repartidos entre os participantes.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) também
aprovou o projeto de lei que cria o
estatuto profissional dos trabalhadores celetistas em cooperativas, para reforçar os direitos trabalhistas. Agora o texto será analisado em Plenário, assim como um requerimento de urgência também aprovado no CAE.
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AFETO NA ERA DA IA
Amizade com robôs? Com o desenvolvimento crescente da tecnologia e a fragilização de relações interpessoais,
muitas pessoas estão recorrendo à inteligência artificial para companhia e afeto. De acordo com o estudo
Inteligência Artificial na Vida Real, desenvolvido pela empresa de pesquisa Talk Inc, muitos brasileiros têm buscado na IA uma relação de companheirismo.
Considerando o nível de sofisticação das respostas das IAs generativas, o afeto diante da tecnologia se torna ainda maior. Além disso, o estudo da Talk Inc. mostrou que o jeito comunicativo dos brasileiros se encaixa perfeitamente com as respostas de ferramentas como o ChatGPT, que reproduzem uma conversa natural e acabam transmitindo essa correspondência que tantos procuram.
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E COMO FICA O MERCADO DE TRABALHO COM IA?
O desenvolvimento das IAs altera como o ser humano se relaciona não apenas com as máquinas, mas também com o trabalho. É o que aponta o relatório
G20 2024 Readiness Report: AI Powered Transformation, divulgado pela Deloitte em parceria com a Organização Internacional de Empregadores (OIE).
O texto identifica a chegada das IAs generativas como uma oportunidade para trabalhadores se livrarem de tarefas rotineiras e direcionarem esforços a soluções criativas e transformadoras.
O lado negativo desse fenômeno, todavia, já é temido: as demissões e a queda de oportunidades de trabalho. O relatório cita projeção global de redução no número de pessoas empregadas entre 2023 e 2027. Identifica-se que trabalhadores com conhecimentos em IA têm sido mais procurados do que aqueles sem essa qualificação.
E nesse cenário de mudanças e incertezas, o Brasil está pronto para lidar com o impacto da IA no mundo do trabalho?
Os números indicam que a nação enfrentará mais dificuldades que a maioria dos 18 países avaliados no relatório, todos membros do grupo G20. Isso se explica por questões relacionadas a investimento e a capacitação da mão de obra.
O Brasil aparece como o segundo país do grupo menos preparado para incorporar a IA, à frente apenas da Índia. O texto, porém, conclui que todos os países do G20 precisam alocar recursos ao desenvolvimento e à educação para que a integração da tecnologia à sociedade ocorra de forma sustentável.
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AFINAL, A IA É A NOVA INTERNET?
No período de um ano, as ações da Nvidia, principal fornecedora de equipamentos para IA, tiveram um crescimento de 183,1%. Apesar do avanço de mercado, um
relatório do Bank of America mostrou que
a inteligência artificial ainda está em seus estágios iniciais de investimento. O cenário é comparável ao da internet na década de 1990, com grande potencial de valorização do setor.
De acordo com o estudo, baseado em três mil analistas de ações,
a IA generativa é o terceiro grande ciclo tecnológico dos últimos 50 anos. O primeiro foi o surgimento da computação pessoal, em 1981, e o segundo, o da internet em 1994.
Porém, enquanto os primeiros ciclos demoraram cerca de 15 anos para se desenvolverem e serem popularizados, a inteligência artificial deve transformar a economia global totalmente nos próximos cinco a dez anos.
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Leia antes de ir:
●
Pesquisa McKinsey: Mulheres no Local de Trabalho 2024
●
Guia Prático: Engenharia de Prompt - Conheça técnicas para obter melhores resultados com a IA
●
Por que o cooperativismo é ideal para a Geração Z
●
Mapas mentais: a metodologia para tomar melhores decisões
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