Edição Setembro, Ano 3

 

Sustentabilidade para conquistar o mundo

O mercado externo é repleto de oportunidades de negócios. Um planeta conectado derruba fronteiras e deixa o ambiente de negócios mais competitivo. Por outro lado, a concorrência também é maior. Diante disso, os diferenciais ganham importância - e a agenda ESG se destaca.

Para fazer sucesso no mercado externo, ter um produto atrativo é essencial, mas não suficiente. É necessário agregar valor, e iniciativas ESG - que conectam sustentabilidade ambiental, impacto social e governança - têm um grande impacto para o surgimento de oportunidades no comércio internacional.

Quem explica essa dinâmica é Ana Paula Repezza, diretora de negócios da ApexBrasil, em entrevista ao portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Para ela, o Brasil vive um momento favorável em relação à imagem do setor produtivo, sobretudo no campo:


“O agronegócio tem se tornado cada vez mais competitivo, porque o mundo passou a entender que as questões de sustentabilidade estão sendo endereçadas pelos produtores”,
explica Ana Paula, que complementa:

“Há realmente um esforço muito grande para estimular, porque sabemos que empresas que exportam, independentemente do porte, empregam mais e pagam melhores salários”.

 

A sustentabilidade ambiental, ela argumenta, já é uma obrigatoriedade para entrar em determinados mercados, como União Europeia. Estados Unidos e China também estão aumentando os requisitos de proteção ao meio ambiente em suas importações.

Ou seja: produzir com responsabilidade e aliar produtividade à minimização dos impactos ambientais são caminhos imprescindíveis para os negócios que querem ganhar um mundo cada vez mais consciente.

 

 


Cooperativismo na dianteira
do mercado verde

E já que a sustentabilidade está em alta, não dá pra deixar o cooperativismo de lado. Com tantos valores em comum, a união entre agenda ESG e cooperativismo é inevitável - e a Coonecta mostrou como esses laços se formam na prática!

Já se foi o tempo em que a sustentabilidade era opcional para os negócios.

Nesse cenário, uma série de cooperativas são protagonistas da economia verde de diversas maneiras.

 


No campo, as cooperativas agropecuárias corroboram o que disse Ana Paula Repezza na nota anterior. A CAMTA (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu), por exemplo, tem como trunfo sua produção sustentável certificada. Assim, ela impulsionou a venda de seus produtos, como cacau e pimenta-do-reino, para países como Argentina, Japão, Estados Unidos, Alemanha, França e Israel.

Uma outra face do cooperativismo sustentável tem a ver com a economia circular. As cooperativas de reciclagem cumprem um papel imprescindível para reduzir desperdícios e fomentar a logística reversa ao mesmo tempo em que geram renda para muitas famílias.

E isso é só um pequeno retrato do papel sustentável do cooperativismo. Cooperativas de todos os ramos ajudam a construir um futuro melhor enquanto constroem um ecossistema sólido, colaborativo e competitivo!

 


ESG além do discurso

Mas nem tudo são flores. É fato que a agenda ESG é, hoje, quase onipresente no mundo corporativo. Só que isso nem sempre quer dizer que as instituições estão colocando o discurso em prática. Essa preocupação foi vocalizada por John Elkington, considerado um dos pais do ESG.

Ele acredita que “o ESG é o capitalismo do amanhã, mas ainda não está necessariamente formulado ou concebido de forma a impulsionar o mercado”. Dessa forma, muitas companhias adotam o discurso da sustentabilidade sem, de fato, mobilizar mudanças ambientais ou sociais. Quando olha para o futuro, no entanto, o ceticismo de Elkington dá lugar ao otimismo na juventude:

''Acho que vejo na nova geração de executivos, muitos dos quais são mulheres, e que tem dentro de si uma sensação muito clara de que o lado social é tudo ou nada. E você vê isso também nas gerações mais jovens, que têm cada vez mais influência na corrida para trazer talentos e também politicamente: agitar, protestar e, num número crescente de países, a votar.''

 

Criptocooperativismo

O Drex, nome oficial do Real Digital, já conta com um toque cooperativista. O SFCoop, um consórcio formado pelas cooperativas financeiras Sicoob, Sicredi, Ailos, Cresol e Unicred, realizou, no início de setembro, suas primeiras emissões de tokens da criptomoeda emitida pelo Banco Central.

       

A iniciativa faz parte dos testes envolvendo o piloto da moeda digital. A movimentação envolveu a conversão de R$ 1.500 de um saldo da reserva bancária de uma instituição financeira para a carteira digital do consórcio. Agora, os próximos cenários de testes envolvem a emissão de real tokenizado e a transferência de ativos entre diferentes carteiras. O grupo de cooperativas também representa um dos nós que compõem a blockchain do Drex. Esse é mais um movimento que mostra a capacidade inovadora do cooperativismo financeiro no Brasil. É assim com o Pix e com o Open Finance, e agora será assim com o Real Digital, destaca o SFCoop.

   

Mas como, afinal, o Drex vai influenciar o sistema financeiro nacional? Gustavo Caetano, fundador da Sambatech, explica que o projeto, que deve ser oficialmente lançado no ano que vem, vai disponibilizar uma alternativa mais eficiente e segura para as transações financeiras. O resultado disso será acessibilidade, inclusão financeira e segurança.

 
   


Para rejuvenescer o setor bancário

O futuro do setor bancário passa pelos talentos da Geração Z, escreve Jan Bellens, líder Global da EY para Banking & Capital Markets. Isso porque a Geração Z vai representar 27% da força de trabalho até 2025 e as instituições financeiras precisam atrair essas pessoas por meio da modernização de empregos.

Bellens enumerou, então, seis maneiras para que as instituições do segmento possam se tornar mais atrativas aos novos colaboradores:

 

1. Faça progressos radicais com diversidade, equidade e inclusão: a fim de atender às novas demandas da Geração Z, as instituições bancárias precisam desconstruir estereótipos ultrapassados e fortalecer ambientes acolhedores e empáticos.

2. Modernizar empregos antiquados e noções de oportunidades de carreira: o setor precisa atualizar suas antiquadas mecânicas de progressão de carreira. Os jovens não seguem mais caminhos lineares na trajetória profissional.

3. Transformar a experiência de aprendizado: a internet mudou a forma de aprender. A Geração Z espera modelos de aprendizado modernos que sejam digitalizados, sob demanda e bastante palatáveis.

4. Tornar-se um catalisador de tecnologia e dados: as instituições bancárias devem fazer investimentos de longo prazo na experiência do funcionário para atrair os melhores talentos de tecnologia e dados.

5. Criar um propósito autêntico e gerar impacto social: os bancos representam uma força positiva para a mudança global, mas há oportunidade de aprimorar essa imagem. As novas gerações querem fazer parte da mudança para um mundo melhor.

6. Dinamizar a cultura com bem-estar, flexibilidade e transparência: a experiência do colaborador deve refletir as novas expectativas, e isso passa por um processo de transformação cultural.

 




 

À frente da IA

Nas últimas edições da WCM Academy, temos falado bastante sobre o potencial da inteligência artificial nos negócios. Só que a IA precisa de comando para entregar bons resultados. O InovaCoop discorreu sobre as habilidades necessárias para extrair o potencial dessas ferramentas!

Ferramentas famosas como ChatGPT, Google Bard, Dall-E e Midjourney são poderosíssimas - se usadas com habilidade. No fim das contas, a tecnologia não faz nada sozinha e precisa ser guiada. Graças a isso, aliás, já até surgiu uma nova profissão: os engenheiros de prompt, pessoas especializadas em produzir comandos para pilotar a IA.

Só que nem todo mundo precisa ser um engenheiro de prompt a fim de utilizar tais ferramentas. Algumas habilidades já ajudam bastante.

Para tanto, algumas dicas são:

 ● Defina os objetivos: o primeiro e essencial passo é saber aquilo que você quer que a ferramenta faça. Escrever um e-mail? Fazer um resumo? Criar uma imagem promocional?

● Tenha clareza para alcançar bons resultados: diferente de uma pessoa, a IA não é capaz de entender subtextos, contextos gerais e presumir orientações tácitas. Portanto, seja o mais claro e descritivo possível.

● Criatividade faz toda a diferença: novas ideias são o combustível das ferramentas de IA, uma vez que elas abrem novas possibilidades para executá-las.

● Entenda as limitações da ferramenta: por mais impressionantes que sejam, as ferramentas de IA ainda são cheias de limitações técnicas e conceituais. Com isso, é fundamental estar ciente do que elas podem ou não fazer bem.

 


Mudanças no mundo do trabalho

No mais, o desenvolvimento da IA requer o envolvimento de outros profissionais qualificados além dos engenheiros de prompt. Um relatório do Fórum Econômico Mundial indica como será o trabalho do futuro profissional!

Se, por um lado, algumas funções podem deixar de existir, outras são criadas ou ganham ainda mais valor no mercado de trabalho. Na prática, as novas demandas requerem profissionais qualificados, o que é desafiador em alguns contextos - como no Brasil.

Isso quer dizer que a IA vai substituir as pessoas? Não é bem assim. Na verdade, quem vai ganhar espaço são os profissionais que sabem usar a IA!

A inteligência artificial também deve afetar os cargos de liderança. Uma reportagem da Business Insider argumenta que a função de CEO perdeu o sentido em muitas organizações. Uma vez que muitos deles agregam pouco valor, o cargo precisa se reinventar para não ser substituído pelos robôs.

 

 

Leia antes de ir:

  • A população mundial segue crescendo - e essas pessoas precisam se alimentar. Nesse contexto, o campo precisa ser cada vez mais produtivo, inovador e sustentável. Como? Esse é tema do e-book Revolução Agroalimentar, produzido pelo InovaCoop em parceria com a Coonecta!
     
  • O setor de saúde no Brasil é enorme e apresenta perspectivas promissoras. No entanto, uma série de fatores como altos custos e limite de preços podem atrasar a inovação no setor. Esse é o diagnóstico do relatório Brasil na Rota da Seda da Saúde, produzido pela consultoria PwC.
     
  • Como vimos, a economia globalizada amplia as oportunidades de negócios para as cooperativas que atuam no mercado externo. Neste sentido, o NegóciosCoop explica como os acordos comerciais apoiam a competitividade das cooperativas exportadoras.
     
  • Na edição de agosto, o Web Summit Insights se dedicou a explorar tendências de mídia e marketing. O material aborda o jornalismo contemporâneo, o uso das novas tecnologias no marketing e o que há de mais novo para as mídias sociais.
     
  • O que o Barcelona e um time indígena do Equador têm em comum? A resposta pode até surpreender algumas pessoas: o cooperativismo? Para entender melhor essa conexão, confira este artigo no Terra!

 

 

Esta newsletter é produzida pela Wex com a curadoria de conteúdos da Coonecta,
uma empresa especialista em conteúdos para o cooperativismo.

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