Edição Março, Ano 3

 

Com quem a IA vai aprender? (spoiler: com todos nós)

O South By Southwest (SXSW), principal evento de tecnologia e inovação do mundo, aconteceu entre 10 e 19 de março, em Austin, no Texas, discutindo diversas tendências para ficar de olho.



A tradicional apresentação da futurista Amy Webb sempre é um dos momentos mais aguardados a cada edição do evento - e não poderia ser diferente dessa vez. Amy é CEO do Future Today Institute e lançou seu relatório com previsões para 2023 no SXSW.

A futuróloga não fugiu do tema do momento: os avanços da inteligência artificial. E o diagnóstico de Amy é marcante: a internet como conhecemos hoje acabou. A partir de agora, as pessoas não vão mais aprender com a internet, e sim o contrário - é a internet que vai aprender conosco.

A razão é simples: a Inteligência Artificial Generativa, tecnologia que está por trás do ChatGPT, por exemplo, precisa de dados para aprender. E de onde ela está tirando esses dados? Isso mesmo, de nós! Cada aparelho conectado é uma fonte de informação. Quantos deles você tem na sua casa? Cada vez que você interage com ele, está agregando conhecimento ao robô.

Mas essa não é a reflexão mais perturbadora de Amy Webb em relação à IA. Ela argumenta que estamos condenados a nunca mais pensar sozinhos. Com o passar do tempo, iremos contar mais e mais com o apoio das máquinas no nosso dia a dia.

Esse cenário cria, portanto, a necessidade de ensinarmos a trabalhar com essas novas tecnologias e suas potenciais aplicações. A solução, então, não é temer que elas nos substituam, mas sim aprender a usar a IA. Elaborar comandos assertivos para as ferramentas de IA generativa desponta como uma grande habilidade para muitos profissionais no futuro.

 


IA nos negócios: lições de quem já está usando

Como era de se esperar, a IA dominou boa parte do SXSW. Em meio a muitas especulações e previsões otimistas e pessimistas, a Shutterstock, um marketplace global de imagens e vídeos, apresentou suas lições após adotar a inteligência artificial generativa em seus negócios.

Em janeiro, a Shutterstock incorporou ferramenta Dall-E, que gera imagens a partir de textos. Os resultados são significativos: em dois meses e meio, mais de 8 milhões de imagens foram baixadas com a plataforma de IA generativa. E os números não devem parar de crescer, explica Meghan Schoen, Chief Product Officer da companhia:

"O nosso banco tem hoje um universo de 600 milhões de imagens. Essa tecnologia de IA deve fazer esse montante chegar à casa dos bilhões de ativos e peças criativas de conteúdo". A imagem desta nota é um exemplo. Além disso, o novo sistema se mostrou capaz de atrair novos clientes.

Mas nem tudo são flores. O crescimento carrega desafios importantes consigo. Como, então, remunerar os artistas que são usados para alimentar a IA? A ferramenta precisa aprender de alguma forma, afinal de contas. Além disso, é necessário ficar atento aos vieses negativos de gênero e raça que a IA pode assimilar e reproduzir.

 

Por fim, não podemos nos esquecer: a IA generativa ainda está em processo de descoberta. Experiências como a Shutterstock ajudam a entender melhor suas aplicações e desbravar o seu potencial.





A sua mais nova assinatura

Quantas assinaturas digitais você tem? Esse modelo de negócios está cada vez mais difundido: filmes, séries, música, notícias, compras e por aí vai. Dessa forma, não é difícil de imaginar que algum novo serviço entre no seu rol de assinaturas online. Mas você imagina qual?

A resposta é, ao mesmo tempo, surpreendente e óbvia: privacidade e segurança digital. Conforme nossas vidas ficam cada vez mais conectadas, a segurança de nossos dados vira prioridade. Para se ter uma ideia, o “mercado” de crimes digitais já movimenta mais de 10 bilhões de dólares só nos Estados Unidos.

O SXSW apresentou perspectivas de que, portanto, a sua próxima assinatura terá a ver com a sua proteção digital. Hoje, na prática, com tantos aparelhos conectados e a falta de conhecimento - ou preguiça - para garantir a segurança, muita gente fica vulnerável. Com isso, surge o novo modelo de negócios: assine um serviço e fique seguro.

Duas startups com essa proposta marcaram presença no festival: a Aura e a Nyn. E isso é só o começo. E aí, vale a pena pagar por um guarda-costas digital?



 
Lugar de mulher
é na liderança

No dia 8 deste mês, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. O InovaCoop aproveitou a data, então, para refletir sobre a liderança feminina no cooperativismo e contar histórias inspiradoras de mulheres que impulsionam a inovação no coop.

Antes de tudo é fundamental compreender: assim como a sociedade, o cooperativismo ainda é bastante desigual. Os dados mais recentes apontam que apenas 20% dos cargos de liderança nas cooperativas são ocupados por mulheres. A igualdade de gênero está progredindo, mas o caminho pela frente ainda é um tanto longo.

Além disso, desenvolver a liderança feminina é bom para a inovação e para os negócios. Existe uma correlação entre a diversidade de gênero nas equipes executivas e a performance financeira. Nesse contexto, o Sistema OCB desenvolve iniciativas de incentivo à ascensão das mulheres no cooperativismo.

Um grande exemplo é Tânia Zanella, a primeira mulher a assumir a superintendência da Unidade Nacional do Sistema OCB, posição que ocupa desde 2021. Formada em Direito, Tânia construiu uma história inspiradora dentro do cooperativismo brasileiro. E ela não é a única: veja mais histórias e exemplos de liderança feminina no coop lendo o artigo completo.

 

   
Tempos instáveis (e confusos)
 

"Incerteza" é uma palavra que define muito bem as perspectivas para 2023 - o que também se reflete nas lideranças. Um estudo da Sputnik apontou que, ao todo, mais de 95% dos líderes sentem algum tipo de insegurança na tomada de decisão.



O principal motivo apontado é a falta de clareza estratégica (48,1%), à frente, inclusive, do cenário econômico incerto (22,5%), que é algo que foge ao controle dos executivos. As mudanças nas lógicas de mercado e de trabalho são fatores que influenciam nesse cenário.

Diante disso, Mari Archutti, CEO da Sputnik, apontou três lições dessa nova realidade:

  1. As trocas potencializam a aprendizagem. Apenas em comunidade é possível compartilhar as incertezas e multiplicar os saberes.
  2. O ato de aprender só acontece quando há intenção. Por isso, falamos sobre inovar e repensar formatos educacionais top-down.
  3. Aprendizagem é estratégica e impulsiona resultados.


Quando essa reunião vai acabar?

Quantas horas por dia você passa em reunião? E quantas delas poderiam ser só um e-mail? As reuniões desnecessárias e longas são um problema real, uma vez que drenam a produtividade dos colaboradores.

O relatório Anatomy of Work (Anatomia do Trabalho), produzido pela Asana, aponta que os colaboradores passam 58% de sua jornada de trabalho ocupados com o trabalho sobre o trabalho - que corresponde às atividades que você realiza ao longo do dia que não são o trabalho qualificado real, mas sim as tarefas mundanas que a maioria das pessoas assume que vêm com o trabalho.

O maior culpado desse desperdício de tempo e energia são as reuniões desnecessárias – 3,6 horas por semana para os cargos de liderança sênior e 2,8 horas por semana para os trabalhadores do conhecimento. E não é só isso: as reuniões estão ficando mais frequentes e longas.

Em uma era em que a produtividade é um grande diferencial para muitos negócios, não dá pra desperdiçar tanto tempo e energia assim.



 

Cooperativas de crédito - de carbono

As cooperativas cumprem um papel importante na agenda de sustentabilidade ambiental - mas isso você já sabe. Acontece que tem cooperativas aproveitando essa vocação sustentável para fazer bons negócios: são as cooperativas de crédito de carbono.

Para as cooperativas, o mercado de créditos de carbono aparece como uma oportunidade de aumentar a receita e, ao mesmo tempo, incentivar a redução das emissões. O potencial é grande: estima-se que o mercado de carbono brasileiro pode gerar receitas de até US$ 100 bilhões até 2030.

Foi nesse cenário que surgiu a primeira cooperativa de crédito de carbono do Brasil, a Associação de Produtores de Crédito de Carbono Social do Bioma Caatinga, em Alagoas. Através da preservação do bioma da Caatinga e da venda de crédito de carbono, a associação proporciona proteção ambiental e geração de renda para os pequenos produtores.

Fora do Brasil, também há cooperativas explorando o mercado de créditos de carbono. Conheça mais sobre esse assunto e veja mais exemplos neste artigo da Coonecta!

 


Novas tecnologias se aliam ao ESG

A tecnologia é uma grande aliada da sustentabilidade. Agora, os negócios estão buscando cada vez mais alavancar novas tecnologias como 5G e IoT para cumprir suas metas ESG. Essa é uma reflexão da consultoria EY.



Ao todo, mais da metade das organizações acreditam que as tecnologias emergentes podem desempenhar um papel vital na aceleração do progresso de seus negócios em sustentabilidade.

Além disso, os líderes veem as tecnologias emergentes como uma fornecedora de uma série de contribuições positivas para estratégias de sustentabilidade de longo prazo. O consumo de energia reduzido está no topo da lista, seguido por medição e planejamento aprimorados e produção reduzida de resíduos.

O ponto central é que o ESG se tornou um fator muito importante ao tomar decisões de investimento. Com isso, na hora de investir em novas tecnologias, o impacto sustentável tem que ser levado em conta. No fim, isso proporciona ganhos de inovação, aceleração digital e sustentabilidade.


Leia antes de ir:

 

 

Esta newsletter é produzida pela Wex com a curadoria de conteúdos da Coonecta,
uma empresa especialista em conteúdos para o cooperativismo.

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